O Mercado EditorialO Mercado Editorial

O mercado editorial de livros tem uma diversidade enorme no Brasil. São em torno de 800 editoras em funcionamento de todos os tamanhos e linhas editoriais possíveis.

Há mais de 300 editoras sócias da Câmara Brasileira do Livro, por exemplo, uma das entidades do setor que costuma ter entre seus membros as editoras maiores e mais instaladas. O Sindicato Nacional dos Editores de Livros, outra entidade da categoria, tem também várias centenas de editores associados, nem todos coincidentes com os da CBL. Há mais de 100 editoras na Libre, Liga Brasileira de Editores, que congrega pequenas e médias editoras. E a cada momento alguém inventa de abrir alguma editora, outra fecha as portas, e outra ainda é englobada por uma maior. 

by Frits Ahlefeldt
Trata-se de um mercado dinâmico, com grandes diferenças também de faturamento. Apesar de bilhões de reais serem dedicados à compra de livros anualmente, seja pelo maior comprador do país, o governo federal; seja por leitores em busca de best sellers da moda, o fato é que algumas poucas editoras concentram grande parte dos ganhos.
Essa diversidade têm impacto nos métodos de trabalho de produção editorial, assim como no tamanho das equipes, seu ritmo de tarefas e os valores pagos aos profissionais contratados e freelancers.
A seguir os principais tipos de editora por publicação.
Literárias:
  • Publicam autores de prestígio nas áreas de ficção e ciências sociais, incluindo muitos estrangeiros.
  • São as editoras mais prestigiadas.
  • Dirigem-se a um público mais culto, de nível superior e postura crítica.
  • O trabalho de produção editorial costuma ser mais meticuloso, com especial atenção para citações, bibliografia, nomes próprios, com a qualidade das traduções e a clareza dos raciocínios.
  • Exemplos: Companhia das Letras, Cosac Naify, Editora 34, Iluminuras.

Técnicas e religiosas:
  • Publicam autores respeitados em determinado meio (direito, administração, pedagogia, religião), tanto nacionais quanto estrangeiros.
  • Costumam ser empresas sólidas.
  • Dirigem-se a um público já familiarizado com seus temas ou com grande interesse em conhecê-los.
  • O trabalho de produção editorial precisa respeitar as particularidades da área específica com a qual trabalha, e tomar decisões levando em conta vocabulário e usos daquele segmento.
  • Exemplos: Saraiva, Casa do Psicólogo, Ágora, Elsevier.

Universitárias:
  • Publicam autores do meio acadêmico.
  • Algumas são subsidiadas e podem sobreviver independentemente do mercado.
  • Dirigem-se a um público de professores e estudantes universitários, em geral muito atentos e críticos.
  • O trabalho de produção editorial requer conhecimento das formalidades acadêmicas e cuidadoso acompanhamento de bibliografia, citações e semelhantes detalhes de texto e conteúdo.
  • Exemplos: Editora UNESP, Edusp, editoras das universidades federais, das PUCs, Mackenzie.

Infantis e juvenis:
  • Publicam livros ilustrados, atraentes, para venda em livrarias e para o governo, principalmente de autores nacionais.
  • As editoras dessa área costumam ser ágeis e competitivas.
  • Dirigem-se a um público diversificado: pais e professores; funcionários do governo colocados na função de julgar obras a serem adotadas; e os próprios jovens e crianças, em teoria leitores das obras.
  • O trabalho de produção editorial foca as necessidades específicas do segmento, como atender aos requisitos pedagógicos de escolas e programas governamentais, assim como trabalhar a linguagem de acordo com a idade dos leitores e produzir ilustrações adequadas.
  • Exemplos: SM, Manati, Callis, Companhia das Letrinhas (selo editorial da Companhia das Letras), DCL, Dubolsinho (cooperativa de editoras).

Didáticas:
  • Publicam obras para serem adotadas por escolas e pelos programas do governo.
  • Trabalham principalmente com obras extensas (vários volumes, uma para cada ano de ensino) de autores nacionais.
  • São editoras grandes, acompanham de perto todos os programas do governo, têm ritmo de trabalho de picos intensos.
  • O trabalho de produção editorial precisa abarcar as muitas especificidades desses livros, tanto as de forma, como exercícios, ilustrações, livro do professor com indicações de aula; quanto de conteúdo, como material dentro dos parâmetros pedagógicos ditados pelo governo.
  • Exemplos: Moderna, Ática/Scipione, FTD, Saraiva, Positivo.

Interesse geral:
  • Publicam obras de giro rápido de autores na maior parte estrangeiros.
  • São editoras muito ágeis e competitivas.
  • Dirigem-se ao público dito geral, pouco crítico e informado.
  • O trabalho de produção editorial exige principalmente rapidez e capacidade de definir o que é importante comercialmente.
  • Exemplos: Intrínseca, Sextante, Record, Leya, Globo.

Algumas editoras atuam em mais de um segmento podendo exibir selos literários, técnicos, de interesse geral e infantil.
Texto: UNESP. Os Diferentes Tipos de Editora. Curso de Produção Editorial. .

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