O escritor termina enfim o seu texto e agora ele está pronto para entrar para revisão, a famosa preparação dos originais ou ainda o copidesque. E é nessa etapa que muitos autores – sem experiência no processo editorial – erram ou no mínimo dificultam um pouco a vida dos revisores e preparadores de texto.
Quando um arquivo chega para a primeira revisão e vem formatado no próprio programa de edição de texto (Word e suas diferentes versões), eu imediatamente limpo todas as formatações, portanto, tudo o que veio de florzinha e desenhinhos são apagados. E por que eu faço isso? O que acontece muitas vezes é que essa pré-formatação pode gerar incompatibilidade entre as versões do programa, do computador, ou de qualquer outra coisa que eu ainda não descobri. Então pode acontecer do seu arquivo sair todo lindo e floreado do seu computador e chegar até o meu todo errado, ou seja, as palavras todas grudadas, aumentos e diminuições de fontes aleatoriamente, itálicos e negritos jogados de forma inesperada, aumentando a dificuldade na compreensão do texto, além de muitas vezes estragar a intenção inicial.
De acordo com a editora Laura Bacellar (2001, p. 126), em seu guia prático de edição e publicação, “eis a razão pela qual você não deve diagramar sua obra em Word: todos os recuos, bolinhas, letras coloridas e fontes diferentes desaparecem na transcrição”, ou seja, o momento em que a preparação do original é iniciada até chegar no diagramador, que é quem decide – conforme a linha da casa editorial – que fontes utilizar, o espaço entre os títulos, onde ficará a paginação, etc.
Na preparação de texto a obra é revisada de acordo com a clareza, a coerência interna e as regras de ortografia e gramática. A normalização ou padronização é uma espécie de polimento no texto, por exemplo, todos os títulos citados são colocados em caixa alta, isto é, maiúscula, ou todos os subtítulos são em negrito, caixa baixa, entre outros.
Quando passar sua obra à editora, entregue o texto absolutamente lido e corrigido por você. Confira nomes e sobrenomes de todas as pessoas que você cita, e de todas a quem agradece. Certifique-se de que empregou os nomes corretos das instituições, títulos ou outros dados. O editor sempre parte do princípio que o escritor é o responsável por esse tipo de informação (aliás, muito difícil de ser conferida por outra pessoa).
Confie em você mesmo e assuma que sua obra está terminada quando você a entrega à casa editorial ou ao revisor/preparador. Eles estão se tornando seus parceiros na publicação, e têm tantos interesses envolvidos quanto você.
Quando o autor entende que precisa ceder o controle absoluto de seu livro, o trâmite dos trabalhos é facilitado porque há toda uma equipe cuidando dele, e essas pessoas são profissionais experientes.
Da minha parte, quando seu livro chega eu o trato com todo o carinho e dedicação que ele merece e torço por ele para que tome vida e siga seu caminho. Lembre-se que não há mágica no processo, seu original terá de passar por vários serviços (e profissionais) até chegar no tão sonhado livro. Paciência, dedicação e profissionalismo são itens fundamentais para o sucesso.
Fonte: BACELLAR, Laura. Escreva seu livro: guia prático de edição e publicação. São Paulo: Mercuryo, 2001.