A preparação de textos é a etapa inicial essencial que um texto deve passar após ser finalizado pelo autor ou após sua tradução, especialmente no caso de obras internacionais. Muitas vezes, essa fase não recebe a devida atenção, seja pela pressa e falta de experiência de autores iniciantes que se autopublicam, ou pela economia inadequada de editoras que pulam essa etapa crucial, levando o texto direto para a diagramação. Isso significa que o manuscrito, sem a preparação necessária, chega ao revisor apenas após a diagramação, resultando em um trabalho que pode ser comprometido. Essa prática prejudicial de pular etapas já foi discutida em outros artigos no site.
A preparação do texto deve ocorrer antes da diagramação, utilizando um processador de texto como o Word, e é nesse estágio que as correções mais significativas são realizadas. Normalmente, o preparador de textos é um profissional terceirizado pelas editoras e trabalha de forma remota. Investir tempo em uma preparação minuciosa e criteriosa traz benefícios tanto para a editora quanto para o autor, resultando em economia de tempo e recursos financeiros, além de oferecer ao leitor um texto de qualidade.
Um preparador de textos competente deve se atentar a aspectos gramaticais e formais do texto, necessitando de um excelente domínio da língua portuguesa e de técnicas de redação. Os aspectos gramaticais incluem acentuação, ortografia, vocabulário e sintaxe. Por sua vez, os aspectos formais englobam a aplicação de critérios de padronização que visam oferecer à obra uma apresentação clara e uniforme. Cada editora tem um manual de estilo próprio, e bons profissionais frequentemente consultam dicionários e gramáticas para resolver problemas de preparação.
A condição do texto ao chegar ao preparador depende, em grande parte, do tamanho e da estrutura da editora que solicitou o trabalho. Editoras maiores, com departamentos editoriais mais organizados, podem realizar uma parte do trabalho de edição antes de encaminhá-lo ao preparador, mas isso não é uma regra fixa.
As principais funções do preparador de textos incluem:
– Melhorar a clareza e a coesão do texto.
– Excluir repetições desnecessárias.
– Corrigir erros ortográficos e gramaticais.
– Remover vícios de linguagem.
– Verificar informações questionáveis.
– Conferir a grafia de nomes próprios.
– Normatizar o conteúdo conforme o manual de estilo da editora.
– Padronizar citações, referências bibliográficas e notas de rodapé.
– Confirmar se todas as obras citadas estão na lista de referências.
Uma padronização eficaz exige um profissional detalhista, metódico, organizado e sempre disposto à pesquisa minuciosa, além de um conhecimento profundo da sintaxe da língua portuguesa. Mais do que corrigir erros gramaticais, o verdadeiro desafio do preparador é organizar o sentido do texto, o que demanda um bom domínio dos mecanismos de coesão textual.
Referência
TAVARES, Ibraíma Dafonte. Preparação e revisão. Apostila. São Paulo: Universidade do Livro; Editora Unesp, 2016.
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